David Bohm

David Joseph Bohm (Wilkes-Barre, 20 de dezembro de 1917 — Londres, 27 de outubro de 1992) foi um físico quântico estadunidense de posterior cidadania brasileira e britânica.

Devido a suspeitas de comunismo durante a era McCarthy, deixou os Estados Unidos. Seguiu sua carreira científica em vários países, tornando-se um brasileiro, e, mais tarde, um cidadão britânico.

Bohm é considerado um dos físicos teóricos mais importantes do século XX.

 

Física quântica e hologramas

Suas contribuições para a física, principalmente na área da mecânica quântica e teoria da relatividade, foram significativas. Ainda como estudante de pós-graduação em Berkeley, descobriu o fenômeno eletrônico conhecido hoje como difusão de Bohm. Seu primeiro livro, Teoria quântica, publicado em 1951, foi considerado por Einstein a exposição mais clara que ele já havia visto sobre o assunto.

Insatisfeito com a abordagem ortodoxa da física quântica descrita por ele neste mesmo livro, desenvolveu sua própria interpretação, uma teoria determinística da variável oculta não-local cujas predições concordam perfeitamente com as teorias quânticas, não-determinísticas. Seu trabalho foi um dos motivadores da desigualdade de Bell, cujas conseqüências ainda estão sendo investigadas.

Em 1959 descobriu, com um aluno seu, o efeito Aharonov-Bohm, mostrando como um campo eletromagnético pode afetar uma região do espaço na qual esteja inserido, embora seu potencial vetorial não exista nela. Isto demonstrou pela primeira vez que o potencial vetorial, uma conveniência matemática, poderia ter efeitos físicos (quânticos) reais.

Bohm também fez contribuições teóricas significativas ao desenvolvimento do modelo holonômico de funcionamento do cérebro. Em colaboração com Karl Pribram, neurocientista de Stanford, estabeleceu a fundamentação para a teoria de que o cérebro funciona de forma similar a um holograma, segundo princípios matemáticos e padrões de ondas. Estas formas de onda podem compor organizações semelhantes a hologramas, sugeriu Bohm, baseando este conceito na aplicação da análise de Fourier, uma forma de cálculo que transforma padrões complexos em ondas sinódicas componentes. O modelo holonômico do cérebro desenvolvido por Pribram e Bohm propõe um visão de mundo definida pela lente – semelhante ao efeito prismático texturizado de um raio solar refratado pela chuva no arco-íris – visão esta bastante diferente da abordagem “objetiva” convencional. Pribram acredita que se a psicologia quiser entender as condições que produzem o mundo das aparências, precisa se ater ao pensamento de físicos como Bohm.

Filosofia e sociologia

As visões científica e filosófica de Bohm são inseparáveis. Em 1959, lendo um livro do filósofo indiano Krishnamurti, percebeu o quanto suas próprias idéias sobre mecânica quântica se fundiam com as idéias filosóficas de Krishnamurti. Em seu livro Totalidade e Ordem Implícita, de 1980, e em Ciência, Ordem e Criatividade, Bohm expressou sua abordagem da filosofia e da física.

Em seus últimos anos desenvolveu a técnica que se tornou conhecida como Diálogo de Bohm, na qual “objetivos coletivos” e “espaço livre” são os pré-requisitos mais importantes. Acreditava que, levados adiante em escala suficiente, tais Diálogos ajudariam a superar a fragmentação na sociedade.

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